Balança comercial do Brasil fecha 2019 com R$ 36 bi a menos do que esperado
A balança comercial brasileira com o mercado exterior fechará o ano com cerca de R$ 36 bilhões a menos do que era esperado no início de 2019.
Isso porque, segundo estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (18), o somatório das importações e das exportações do país deve alcançar superávit de US$ 43 bilhões no final do ano.
Em janeiro, projetava-se que a balança comercial seria de US$ 52 bilhões. O último número divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior em relação ao valor foi de US$ 41 bilhões, em novembro.
Além da queda no esperado para 2019, a tendência é que, no final de 2020, a balança seja ainda menor.
Segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o saldo sofrerá queda de 42% em 2020, em relação ao esperado para 2019, chegando a um superávit de US$ 26,13 bilhões no ano que vem.
A entidade aponta tendência de aumento de 6,6% nas importações e recuo de 3,2% nas exportações no país.
As estimativas são baseadas na tendência do mercado exterior do Brasil neste ano, que recuou 20,4% em relação ao ano passado.
Entre janeiro e novembro, exportações caíram 7,2%, chegando a US$ 205,86 bilhões, e as importações recuaram 2,9%, registrando US$ 164,78 bilhões.
Segundo a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, Lia Valls, fatores como a queda nas exportações brasileiras, a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o enfraquecimento da economia de países importantes para o Brasil na América Latina, como a Argentina, devem piorar o quadro.
“Provavelmente teremos um dinamismo maior no lado importador de nossa economia. Nossa exportação depende cada vez mais das commodities, em especial a soja, o petróleo e minério e precisamos diversificar nossa economia”, diz.
Valls acredita que indicativos de uma trégua na guerra comercial entre China e EUA podem ser danosos para as exportações brasileiras, em especial nos grãos.
“Precisamos entender como podemos melhorar nosso desempenho exportador, vamos crescer pouco nesse quesito”, conclui a especialista.
Fonte: Otempo.com.br