MDIC recebe missão da China para tratar da ampliação do comércio e investimentos bilaterais.
Uma delegação do governo da China esteve na segunda-feira (27/08) no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em Brasília, para discutir assuntos relacionados à agenda bilateral de comércio e investimentos para 2018 e 2019.
O ministro da Indústria e Informação Tecnológica da China, Miao Wei, acompanhado de delegação, foi recebido no início da tarde pela ministra interina, Yana Dumaresq, e equipe técnica do MDIC, que esclareceram dúvidas da comitiva chinesa sobre Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, investimentos e programação de reuniões bilaterais para 2019, quando o Brasil estará exercendo a presidência dos BRICS.
Venda de soja para China pode aumentar
A visita da comitiva chinesa acontece num momento de turbulência entre os Estados Unidos e a China, que pode impactar diretamente o Brasil, principalmente o setor agropecuário. Com as novas taxas para compra da soja e carne norte-americana a produção agropecuária brasileira vislumbra um aumento de volume expressivo na venda desses itens à China, que já é o maior mercado consumidor da produção brasileira. Somado ao câmbio desvalorizado, o produto brasileiro chegará à China em valores muito mais atraentes do que os norte-americanos.
No entanto a valorização da soja no mercado brasileiro, pode encarecer a ração destinada à pecuária, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), durante evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). “Se a China parar de comprar soja dos produtores norte-americanos, a demanda chinesa passará a ser suprida pelo grão produzido em solo brasileiro, o que levaria ao aumento do preço da soja. Qualquer diminuição de troca comercial e de fluxo no mundo vai impactar todos os países, então o que nós defendemos é um multilateralismo e o livre comércio”, finaliza o ministro Marcos Jorge.
Intercâmbio bilateral
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2017, o Brasil exportou para a China o equivalente a US$ 47 bilhões em bens e importou do mercado chinês, US$ 27 bilhões, o que resultou em saldo positivo de mais de US$ 20 bilhões para o Brasil. De janeiro a julho de 2018, os embarques para a China já somam US$ 36 bilhões e as compras brasileiras daquele mercado chegam a US$ 19 bilhões, com superávit de US$ 17 bilhões para o Brasil.
“A guerra fiscal entre os Estados Unidos e a China também poderá trazer benefícios ao Brasil, que significará aumento no volume de exportações, fortalecimento da parceria com a China, com consequente melhoria do PIB brasileiro, maior volume de mão-de-obra empregada no campo, consolidação do Brasil como maior agroexportador de commodities do mundo, comenta Rodrigo Borgers, diretor de negócios da Associação FindBrazil.
Fonte: Associação FindBrazil/ Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços