As exportações do agronegócio para países árabes crescem e somam US$ 4.1 bilhões.
As exportações do agronegócio brasileiro aos países árabes renderam US$ 4,167 bilhões no primeiro semestre. Em volumes, um crescimento de 26,6% comparado com o mesmo período de 2015, somando 8,6 milhões de toneladas, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
De acordo com o diretor de Acesso a Mercados e Competitividade da Secretaria de Relações Internacionais do MAPA, João Rossi, o pequeno avanço das receitas frente a uma variação muito mais significativa da quantidade embarcada reflete a queda geral dos preços internacionais dos produtos do setor.
Ele aponta, porém, algumas exceções em que o aumento dos valores foi mais intenso. É o caso da carne bovina, cujas exportações totalizaram US$ 562 milhões de janeiro a junho, um acréscimo de 9% sobre o primeiro semestre de 2015. Em volumes, ocorreu um crescimento de 19%.
O desempenho reflete em parte a retomada das vendas à Arábia Saudita, que no final do ano passado levantou embargo ao produto que vigorava desde o fim de 2012. “O país já se tornou o segundo mercado entre árabes depois do fim do embargo”, observou Rossi. O Egito ocupa de longe a primeira posição, com importações de US$ 341,4 milhões, 10,6% a mais do que nos seis primeiros meses de 2015.
Outro exemplo é o do milho, cujas receitas de exportação para região somaram US$ 338 milhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 264% em relação ao mesmo período de 2015. Foram embarcadas mais de 2 milhões de toneladas, um crescimento de 317% na mesma comparação.
Rossi lembrou que os exportadores brasileiros de milho aproveitaram o dólar valorizado frente ao real no início do ano e anteciparam os embarques, pois a previsão era de valorização da moeda brasileira ao longo do primeiro semestre, o que de fato ocorreu. Além disso, houve aumento da demanda mundial e, consequentemente, avanço dos preços, tanto que o governo brasileiro zerou o imposto de importação do produto numa tentativa de segurar as cotações no mercado interno.
Ao mesmo tempo caíram as vendas de soja em grão do Brasil ao mundo árabe, mas cresceram os embarques de óleo de soja. No caso do frango, houve avanço da quantidade comercializada, mas recuo nas receitas. No que diz respeito ao açúcar, os volumes aumentaram mais do que os valores.
Para o resto do ano, Rossi avalia que o cenário ainda será de preços em baixa, mas talvez não de forma tão generalizada. “Uma quebra de safra pode afetar os preços nos próximos meses”, observou. “Ainda assim, não imaginamos uma elevação como as ocorridas em anos anteriores”, acrescentou.
Além da provável continuação do aumento das vendas de carne bovina ao mundo árabe, com a consolidação das importações da Arábia Saudita, o diretor do Mapa acredita que o Brasil tem condições de reforçar os embarques de outros produtos para a região, especialmente frutas. “São produtos em que o Brasil é competitivo e nós temos trabalhado muito para sua inserção no mercado internacional”, afirmou. um prazo mais longo, Rossi avalia que o País pode também recuperar o espaço que já teve no mercado de lácteos da região.